Qual é a distância segura para sobreviver a uma explosão nuclear?

Nos últimos meses, especialistas em sociopolítica alertam que a guerra entre Israel e Irã poderia desencadear uma Terceira Guerra Mundial; especialmente após a entrada dos Estados Unidos no conflito. O maior temor envolve o uso de armas nucleares e a destruição em escala global. Afinal, qual é a distância segura para sobreviver a uma explosão nuclear?

Em 2025, o lançamento das bombas nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki completa 80 anos. Além das milhares de mortes imediatas causadas pela queda das bombas, muitas outras pessoas morreram posteriormente devido aos efeitos da radiação. Ao todo, mais de 200 mil vidas foram perdidas durante e após o ataque.

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Se uma guerra mundial começasse amanhã, o maior risco para a humanidade seriam as ogivas nucleares espalhadas por diversos países. Segundo uma das estimativas mais recentes, existem mais de 12 mil bombas nucleares sob o controle de nações como Estados Unidos, Rússia e Coreia do Norte.

Além do conflito entre Israel e Irã, especialistas também demonstram preocupação com os desdobramentos da guerra entre Ucrânia e Rússia. Se uma guerra nuclear começasse e bombas fossem lançadas sobre essas ou outras regiões, a maior parte da população local morreria instantaneamente. Contudo, quem estivesse a uma distância segura poderia ter chances de sobreviver.

“As pessoas se esqueceram dos impactos devastadores que uma guerra nuclear pode ter. Mas agora estamos vendo a discussão recomeçar, e há um debate sobre o potencial de uma guerra nuclear na Ucrânia. Acredito que esse tipo de estudo conscientiza a população em geral de que explosões nucleares não são brincadeira”, disse o pesquisador da Universidade de Nicósia, Dimitris Drikakis, que já liderou estudos sobre guerra nuclear.

Distância segura para sobreviver a uma explosão nuclear

Mesmo em um cenário hipotético, sobreviver a uma explosão nuclear exige a consideração de diversos fatores: como o poder explosivo da bomba, o local e a altitude da detonação, a existência de abrigos como bunkers, o clima, entre outros.

Uma bomba nuclear de um megaton é quase 80 vezes mais potente que a explosão em Hiroshima. (Fonte: Getty Images)

Entre todas as variáveis para avaliar a sua sobrevivência, talvez a mais importante seja a distância em que você estiver do epicentro da explosão. Considerando uma bomba nuclear de 1 megaton, um vídeo do canal de ciência AsapSCIENCE aponta as seguintes estimativas de impacto:

85 quilômetros: possível cegueira temporária se a explosão ocorrer à noite, mas a maioria das pessoas sobreviveria ao impacto;21 quilômetros: risco de cegueira temporária mesmo durante o dia;11 quilômetros: haveria chances de sobrevivência, mas com possibilidade de queimaduras leves a graves — que ainda poderiam levar à morte;6 quilômetros: a sobrevivência se torna improvável, pois as ondas de choque atingiriam cerca de 255 km/h, destruindo tudo nesse raio;1 quilômetro: no centro da explosão, a força gerada poderia ultrapassar 750 km/h, destruindo completamente a área ao redor.

Uma bomba de 1 megaton pode gerar temperaturas próximas a 100 milhões de graus Celsius, suficientes para destruir o corpo humano quase instantaneamente.

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Se você estiver muito perto da explosão, não há muito o que fazer. Porém, à distância, estruturas de construções [casas e edifícios], especialmente de pedra, concreto ou outros materiais resistentes e não combustíveis, podem fornecer algum grau de proteção contra a explosão”, disse a professora de biologia da radiação na Universidade Estadual do Oregon, Kathryn Higley, em mensagem ao site Bussines Insider.

Mesmo que você estivesse longe o bastante para sobreviver à explosão, ainda assim teria poucas chances de escapar dos efeitos posteriores da radiação, já que as partículas radioativas podem se espalhar por longas distâncias. Resumindo, não esteja próximo de uma explosão nuclear.

As tensões globais reacendem o debate sobre bombardeios atômicos e segurança internacional; nesse cenário, o território brasileiro está ameaçado? Entenda por que o Brasil não pode ter armas nucleares. Até a próxima!

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