Galaxy Note: relembre a história da linha de celulares top de linha com tela grande da Samsung

A Samsung tem uma trajetória bastante variada no campo dos dispositivos móveis, com vários lançamentos ao longo do ano para diferentes categorias e bolsos. E entre tantos aparelhos, uma linha que não existe mais segue na memória do público: os Galaxy Note.
Essa família de celulares criou um segmento inteiro de eletrônicos quando saiu e tem várias curiosidades ao longo da trajetória. A seguir, confira em detalhes a origem, as diferentes gerações e as curiosidades sobre esses aparelhos da marca sul-coreana que segue líder global em smartphones.
O primeiro Galaxy Note
A história começa em 2011, com os smartphones com pouco tempo de mercado e preços ainda considerados pouco acessíveis no geral. Uma parcela do público, porém, já queria uma experiência ainda mais avançada ao que era oferecido na época e uma possível solução veio da Samsung.
O primeiro Galaxy Note foi anunciado na feira IFA, realizada anualmente em Berlim. O modelo era focado em produtividade e consumo de conteúdo para quem não queria comprar um tablet — que tem uma tela bem maior, mas também não se sentia confortável no uso de alguns recursos em um smartphone.
Esse tipo de aparelho híbrido por muito tempo foi chamado de phablet, nome que mistura tablet com o ‘ph’ de smartphone, mas que atualmente não é mais usado;A geração inicial do Galaxy Note tinha uma tela HD de 5,3″ com botão Home físico na parte inferior;Foram duas variantes: uma já com suporte ao 4G, que era novidade, e outra apenas 3G;Além disso, o chip era dual core e a câmera traseira tinha 8 megapixels, o que era considerado avançado na época;Essa foi também a estreia da S-Pen para desenhos, escrita e anotações, sendo um dos primeiros acessórios do tipo que era integrado e otimizado ao aparelho;O Galaxy Note foi criticado pelo preço: 300 dólares no lançamento, ou 2 mil reais no Brasil. Aqui, foi um dos primeiros com tela Super AMOLED no mercado.
A recepção da crítica especializada e do público foi mista por vários motivos, mas em especial por um detalhe: a tela dele era vista como grande demais, a ponto de ser considerado até ridículo transportá-lo nas ruas.
Steve Jobs, cofundador e então CEO da rival Apple, era uma das vozes mais críticas contra o uso de canetas em dispositivos móveis e também um dos maiores defensores das telas pequenas. Ele dizia que ninguém compraria aparelhos com painéis grandes, o que por algum tempo até foi verdade — o iPhone 4s de 2011 tinha tela de 3,5 polegadas, enquanto o Galaxy S2 da Samsung tinha 4,27 polegadas.
O primeiro Galaxy Note. (Imagem: Divulgação/Samsung)
Só que o aparelho criou um legado, impulsionando o lançamento de modelos de linhas Note ou Plus de outras fabricantes e também o uso de telas grandes. Hoje em dia, um celular com tela de menos de 6 polegadas é considerado um modelo mini.
A evolução da linha Galaxy Note
No ano seguinte, em 2012, veio a sequência: o Galaxy Note 2. Aqui, a Samsung estabeleceu um calendário que é seguido até hoje: a linha S apresentada no começo do ano e o modelo diferente no segundo semestre.
No aparelho, as mudanças foram pontuais. A tela cresceu para 5,5″ e foi elogiada pela qualidade e a proporção, já que o botão físico ficou bem menor e com dois atalhos capacitivos ao lado. Ele tinha até 64 GB de espaço interno, uma bateria maior e a função multitarefas virou o seu grande trunfo. A S-Pen foi redesenhada, com um dos lados achatados para melhorar ergonomia e mais sensibilidade na pressão.
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Em 2013 veio o Galaxy Note 3, em uma atualização mais radical que transforma ele em um aparelho premium, com traseira que imita couro. A tela Full HD sobe para 5,7″, mas o corpo do aparelho ficou mais leve e fino.
A câmera traseira de 13 MP com gravação em 4K, o chip quad-core e 3 GB de RAM também eram altos para a época. Ele ainda trazia sensores que nunca mais voltaram na linha, como um termômetro, além da estreia do Air View, uma navegação por proximidade e com toques do dedo na tela que simulava a S-Pen.
O elegante Galaxy Note 3. (Imagem: Divulgação/Samsung)
A terceira geração foi um fenômeno comercial, com 10 milhões de unidades vendidas em dois meses. E isso inspirou a Samsung no começo de 2014 a apresentar o Galaxy Note 3 Neo, primeira versão alternativa do modelo principal. Ele era um dispositivo mais acessível em preço e também menos poderoso, tipo as atuais versões FE da Samsung. A tela era um pouco menor com 5,5 polegadas e só HD, com 2 GB de RAM e outras limitações. Ele nem foi vendido em todos os países e foi praticamente esquecido até pela própria marca, mas serviu como um teste de mercado para a Samsung.
A linha Galaxy Note ainda teve modelos paralelos no formato de tablet:
o Galaxy Note 10.1 de 2012;o Galaxy Note 8.0 de 2013;o Galaxy Note Pro, de 2014, com tela de 12,2″ pra brigar com o iPad Pro;
Já em outubro de 2014 sai o Galaxy Note 4, com vários apps novos e maior conexão com o ecossistema da marca. Ele tinha tela Quad HD, uma câmera de 16 MP e mais funções para a S-Pen, além de recarga rápida.
No mesmo evento, sai o Galaxy Note Edge, um modelo paralelo e experimental. O nome foi escolhido pela lateral curvada, com uma parte do display “vazando” para o lado e permitindo a exibição de textos, atalhos e outros recursos. Esse modelo não foi bem em vendas, mas a linha Edge até foi usada nos smartphones também, durando pouco tempo.
Imagem: Divulgação/Samsung
O Galaxy Note 5 sai em 2015 sob críticas. Essa geração teve alterações controversas, como a bateria não ser mais removível, não ter suporte microSD e não lançar na Europa por uma decisão de mercado. Ainda assim, ele vendeu bem pelo novo visual, os 4 GB de RAM e câmeras mais poderosas.
O desastre do Galaxy Note 7
Seguindo a cronologia, a Samsung fez uma alteração nos números dos aparelhos. Em vez de lançar o Galaxy Note 6, ela decidiu sincronizar a numeração da linha Note com a linha Galaxy S.
Para coincidir com o Galaxy S7, em agosto de 2016 ela apresenta o Galaxy Note 7. E ele começa cheio de potencial estreando o conector USB-C, com um bonito acabamento de vidro e metal, proteção IP68 e autenticação por leitura de íris. A tela trazia laterais mais curvas e bordas menores.
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Com muitas reservas antecipadas, o modelo tinha tudo para entrar para a história da indústria — e foi o que aconteceu, mas não do jeito que a Samsung gostaria. Em questão de dias, vídeos começaram a circular nas redes sociais mostrando aparelhos Galaxy Note 7 pegando fogo do mais absoluto nada, com alguns até explodindo ou então causando ferimentos e danos materiais.
Foi um caos: com cada vez mais casos registrados e sem uma forma simples de consertar a situação, a Samsung pediu para as pessoas simplesmente desligarem o aparelho, suspendeu as vendas, fez um recall geral e até hoje o dispositivo é banido de aeroportos em todo o mundo.
O problema do Galaxy Note 7 envolvia falhas de design e fabricação, principalmente pela falta de espaço interno para os componentes: eles ficaram próximos demais e geraram reações inesperadas. O defeito mais grave estava na bateria, que expandia com o contato de dois elementos da fonte de energia que não deviam encostar um no outro, gerando a alta da temperatura.
No ano seguinte, a Samsung lançou o Galaxy Note FE, uma versão repaginada e refeita do Note 7, com produção limitada na Coreia do Sul. Ele tinha bateria menor e um processador levemente melhorado, mas as vendas foram muito baixas pela desconfiança do público. Ele ao menos começou a nomenclatura FE ou Fan Edition, adotada hoje também nos celulares da linha principal.
Recuperando a reputação
Ainda em 2017, a Samsung lança o Galaxy Note 8. A marca pediu desculpas e garantiu “testes rigorosíssimos” nas baterias. O resultado foi um bom smartphone, com tela que ultrapassou as 6,3″ e foi o primeiro sem botão físico na parte frontal, com cantos arredondados e bordas curvas.
Ele tinha duas câmeras traseiras de 12 MP, suporte para Dex e a assistente Bixby. Entretanto, fãs mais atentos perceberam que ele seguia o padrão e design da linha Galaxy S8 talvez até demais.
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Isso aconteceu também no Galaxy Note 9, de 2018, uma atualização mais protocolar e com aumento no preço. A principal mudança é que a volta de uma bateria de grande capacidade após o susto anterior, além de até 8 GB de RAM e 512 GB de espaço.
Assim como em outras gerações, ele tinha uma versão com chip próprio Exynos e outra com Snapdragon da Qualcomm, dependendo do mercado. A S-Pen foi melhorada com Bluetooth para tirar fotos e controlar slides, e o design foi modificado com um novo esquema de câmeras.
A mudança do Galaxy Note 9 (na cor preta) e o Galaxy Note 10 com traseira colorida. (Imagem: Divulgação/Samsung)
Em 2019, temos uma mudança de nomenclatura e a adição de um novo modelo, o que indicava que a Samsung não estava satisfeita com o desempenho comercial anterior. O resultado foram dois celulares, os Galaxy Note 10 e Note 10+, com carregamento sem fio reverso para outros aparelhos e biometria na tela, além da traseira que muda o padrão de cor dependendo da luz. O botão Bixby foi integrado ao de energia, com um atalho para desabilitar a assistente pessoal.
O modelo 10 Plus era impressionante, com tela de 6,8″ padrão Infinity-O, bordas finas e altíssima resolução, com sensor de selfie em um furo discreto. Ele tinha até 12 GB de RAM e 1 TB de espaço fora a grande bateria, mas sem a entrada tradicional para fones. Ele foi um fenômeno de vendas na Coreia do Sul, onde o desempenho da linha inteira era bem alto.
Chegando perto do fim, o começo de 2020 marcou o lançamento do Galaxy Note 10 Lite. Novamente tivemos um modelo um pouco mais acessível em preço e com especificações técnicas diferentes, como a tela plana e um chip de geração anterior, mas mantendo algumas características top de linha e trazendo de volta a entrada de fones e rádio FM.
O fim do Galaxy Note
Em agosto de 2020, em um evento virtual por causa da pandemia da covid-19, vieram os Galaxy Note 20 e Galaxy Note 20 Ultra. Foi uma nova mudança de nomenclatura, com leve redução no preço e corte nas funções, principalmente na variante convencional.
As diferenças entre os dois modelos eram mais significativas: o Note 20 Ultra tinha tela de 6,9″ e 120 Hz, com lente de zoom periscópico na traseira. Os chips eram top de linha e ele tinha variantes com e sem 5G, além de maior integração com PCs Windows. Só que as vendas não foram consideradas satisfatórias e esses foram os últimos Galaxy Note lançados pela Samsung.
Não perca: Huawei volta ao mercado de smartphones do Brasil com modelos de até R$ 33 milA linha Note 20. (Imagem: Divulgação/Samsung)
Em 2021, depois de muitos rumores antecipando a notícia, a Samsung opta por não lançar um novo Galaxy Note naquele ano. O principal motivo foi a crise de escassez dos chips na pandemia, que atingiu toda a indústria da tecnologia. As marcas tinham estoques reduzidos, alta demanda e precisavam escolher bem onde apostar, e ela preferiu focar em outras linhas: a S, os intermediários e os dobráveis.
Na feira MWC de 2022, em março, a Samsung confirma oficialmente que a linha Galaxy Note foi encerrada. A família Galaxy S cresceu a ponto de tornar ela redundante, com os modelos Ultra suprindo as necessidades do público em especificações e tendo a S-Pen inclusa ou suportada.
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Mas o legado desses aparelhos ficou marcado e foi significativo. Eles ajudaram a consolidar os smartphones de tela grande e voltados para recursos como produtividade. Além disso, virou referência pelo uso da S-Pen e, por muitos anos, foi o primeiro do mercado a adotar certas especificações técnicas de elite.
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