Observatório Vera Rubin divulga primeiras imagens. Confira o show cósmico

Após décadas de desenvolvimento e expectativa, o mundo astronômico está vivendo um momento histórico nesta segunda-feira (23), com a divulgação das primeiras imagens do Observatório Vera C. Rubin. Por enquanto, três já foram reveladas ao público, mas há outras divulgadas em conferência transmitida ao vivo pelo YouTube
Entre as fotos já reveladas, estão Trífida e Lagoa, duas importantes nebulosas localizadas na constelação de Sagitário. Ambas são regiões onde novas estrelas estão nascendo constantemente, ou seja, áreas do espaço onde nuvens gigantes de gás e poeira cósmica se condensam pela gravidade, para formar novas estrelas. São verdadeiros berçários estelares.
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Essas duas recicladoras do Universo, localizadas entre 4 mil e 5 mil anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros), mostram estruturas complexas. Parecidas com fios ou fibras entrelaçadas, elas foram criadas pela interação entre radiação estelar, ventos estelares e campos magnéticos. E ficam visíveis porque o gás brilha quando é ionizado pelas estrelas jovens.
Desvendando pontes cósmicas reais
As outras duas imagens do Vera Rubin mostram o Aglomerado de Virgem de uma perspectiva inédita. Um aglomerado é o nome dado a um supergrupo de galáxias que, nesse caso, são pelo menos 1,3 mil, mas que podem chegar ao dobro disso. Aglomerado de galáxias mais próximo da Terra, Virgem está a “apenas” 54 milhões de anos-luz de nós.
As imagens mostram pontes cósmicas reais, ou seja, filamentos de gás e poeira que conectam de fato galáxias diferentes. Essas conexões mostram claramente que as galáxias estão interagindo gravitacionalmente e irão, eventualmente, se fundir em uma galáxia maior. Essas pontes de gás são como “fios de macarrão” sendo puxados em uma espécie de canibalismo galáctico.
Ao capturar tanto as interações entre os membros mais próximos do aglomerado quanto as galáxias mais distantes ao fundo, o observatório internacional localizado no Chile prova que as galáxias não existem sozinhas. Elas, na verdade, fazem parte de uma enorme rede cósmica complexa que combina matéria e energia, mostrada em uma visão tridimensional do cosmos.
Filmando o Universo com lente gigante
O aglomerado de Virgem tem cerca de 100 bilhões de vezes o tamanho da Via Láctea. (Fonte: NSF-DOE Vera C. Rubin Observatory/Divulgação)
Batizado em homenagem à astrônoma norte-americana Vera C. Rubin, que descobriu as primeiras evidências da matéria escura na década de 1970, o observatório tem a câmera digital mais poderosa já construída para observar o Universo até hoje. Com 3 m de altura e pesando cerca de 3 toneladas, ela tem uma impressionante resolução de 3,2 gigapixels.
O sistema computacional do observatório consegue comparar continuamente imagens novas com anteriores, detectando mudanças, movimentos e explosões cósmicas em tempo real. Falando à emissora NPR, a vice-diretora Sandrine Thomas afirmou: “Isso, por si só, será exclusivo no mundo. Nenhum outro telescópio seria capaz de fazer isso”.
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A expectativa é que o novo observatório detecte cerca de 10 milhões de mudanças todas as noites, enviando alertas automáticos para consórcios de pesquisadores. Eles analisarão todos esses dados e se concentrarão no que vale a pena ser acompanhado com mais atenção, inclusive o movimento de um possível Planeta Nove, que provoca discussões entre os astrônomos.
Você acha que o Vera Rubin vai dar conta de observar a matéria escura no Universo? Comente nas redes sociais e compartilhe esta matéria com imagens inéditas com seus amigos fascinados com as belezas do cosmos. Para mais imagens impactantes, explore a primeira foto de estrela supergigante fora da Via Láctea.