Após ataques cibernéticos e roubo de criptomoedas, Irã cogita até ‘desligar internet’ no país

A guerra entre Israel e Irã também está sendo travada no ambiente digital, com ataques cibernéticos realizados de ambos os lados. Nos últimos três dias, as campanhas maliciosas direcionadas a alvos iranianos aumentaram consideravelmente, impactando até mesmo a disponibilidade e a velocidade da internet.

Segundo a agência de notícias Fars, o país sofreu mais de 6,7 mil ataques de negação de serviço distribuídos (DDoS) desde domingo (15), inundando servidores com tráfego artificial, impedindo acesso a sites e serviços online. Como forma de mitigá-los, o governo local precisou restringir o acesso à web temporariamente.

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Quais ataques cibernéticos afetaram o Irã recentemente?

Além dos ataques DDoS, vários outros foram registrados, como o direcionado ao banco Sepah, uma das principais instituições financeiras do país, na terça-feira (17). O grupo pró-Israel Predatory Sparrow, que vem realizando ofensivas virtuais contra o Irã nos últimos cinco anos, reivindicou a autoria.

No ciberataque ao banco estatal iraniano, os serviços online da empresa foram interrompidos, afetando os clientes;Postos de gasolina cujos sistemas são conectados ao Sepah também tiveram as atividades impactadas momentaneamente;A organização hacktivista afirmou ter “destruído os dados” da instituição bancária, que por sua vez não forneceu detalhes sobre os impactos da ação;Em postagem no X, o Predatory Sparrow comentou que o banco Sepah usava dinheiro dos iranianos para “financiar os terroristas do regime, seu programa de mísseis balísticos e seu programa nuclear militar”.

Também há rumores sobre um suposto ataque à corretora de criptomoedas Nobitex, sediada no Irã, nesta quarta-feira (18). A campanha teria resultado no roubo de US$ 81 milhões em criptoativos, o equivalente a mais de R$ 440 milhões pela cotação atual, de acordo com posts em canais do Telegram.

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Este ciberataque à Nobitex ainda não foi oficialmente confirmado, embora os autores, os mesmos do ataque ao banco Sepah, tenham dito que iriam liberar o código-fonte da exchange, bem como dados internos, em 24 horas. O grupo hacker alega que as criptomoedas roubadas eram usadas no financiamento de ações terroristas.

A guerra cibernética entre Israel e Irã se intensificou nos últimos dias. (Imagem: Getty Images)

Governo iraniano alerta sobre mensageiros e reduz tráfego online

Para conter os ciberataques supostamente liderados por hackers aliados a Israel, as autoridades iranianas chegaram a planejar desconectar o país da internet global. Não se sabe se tal medida chegou a ser tomada, porém os internautas têm lidado com conexões lentas e dificuldade para acessar sites e outras plataformas online.

Conforme o The New York Times, até mesmo os serviços de VPN comumente utilizados para o acesso a serviços bloqueados no país, como o Instagram e o Facebook, foram afetados pela lentidão. Além disso, duas operadoras de celular ficaram fora do ar na terça-feira.

O governo do Irã também está pedindo à população que exclua imediatamente o WhatsApp de seus celulares, alegando que o mensageiro é usado por Israel para espionar os cidadãos iranianos. Em comunicado à Associated Press, a Meta negou esse tipo de utilização indevida do aplicativo.

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Um alerta semelhante, direcionado ao Telegram, teria sido emitido, para evitar que o app de mensagens seja aproveitado pelo serviço de inteligência israelense para ações de vigilância, como destaca o The Verge. Por outro lado, Israel registrou um aumento de 700% na quantidade de ataques cibernéticos sofridos desde a última quinta-feira (12).

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