Street Fighter 6 representa o “novo normal” do Nintendo Switch 2! Veja review

No meio do tímido line-up inicial do Nintendo Switch 2, console que mal chegou e já quebrou recordes de vendas, Street Fighter 6 é, ao lado de Cyberpunk 2077, apenas um aperitivo do que o novo híbrido da Big N é capaz de entregar. O relançamento da Capcom coloca à prova a capacidade do videogame e reforça a ideia de um futuro promissor: gráficos parrudos podem ser o “novo normal” do Switch 2

Por mais que o Nintendo Switch original tenha recebido ótimos ports de third-parties, como a surpreendente adaptação de The Witcher 3: Wild Hunt, não dá para negar: faltava potência em comparação às demais plataformas. O Switch até seguia tentando, mas já não tinha fôlego para acompanhar games mais recentes de outras produtoras –  vide o fracasso de Mortal Kombat 1.

Como a paciência é uma virtude, o poder de fogo veio aí depois de longos oito anos, e o Switch se mostrou um verdadeiro “monstrinho”, amparado pelas tecnologias da NVIDIA, incluindo o milagroso DLSS. A conversão de Street Fighter 6 é um ótimo exemplo técnico, beneficiando-se como ninguém da portabilidade que o conceito do Switch, agora em sua segunda geração, oferece. 

Street Fighter 6 Years 1-2 GOTY Edition

Disponível originalmente para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series e PC, Street Fighter 6 talvez seja o jogo de luta mais generoso quando se trata de conteúdo, o oposto do que foi Street Fighter V na época de seu lançamento – desastroso, para dizer o mínimo. Cheguei a investir quase 100 horas só no single-player do sexto título e pretendo fazer o mesmo no Switch 2. 

A versão do jogo para Switch 2 está recheada de conteúdo.

A Capcom tirou a escorpião do bolso aqui: há uma área dedicada a treinamentos, um modo arcade bem estruturado – com direito a histórias individuais para cada personagem – e, claro, o multiplayer, que consegue acolher desde novatos nos fighting games até a velha guarda do cenário competitivo. Hoje, após dois anos de refinamentos constantes, ele está simplesmente divino. 

O World Tour, uma novidade para a lendária franquia de luta, é um presente a quem gosta de jogar sozinho: traz um mundo aberto em formato de campanha tradicional, no qual é possível tanto desafiar pessoas aleatórias nas ruas (sim, dá até para sair na mão com um vendedor de cachorro-quente “bolado”) quanto ser treinado pelas grandes estrelas do jogo. 

Não bastasse a batelada de conteúdo de sua versão base, a edição do Switch 2, mais completa, traz todos os lutadores dos Anos 1 e 2, o que inclui Akuma, Rashid e Bison, bem como cosméticos e quatro estágios extras que compõem o pacotão. Um conteúdo que já justifica uma segunda compra ao fã que só experimentou o Street “vanilla” em outros consoles, ainda que dê para adquirir o game sem os adicionais. 

Mesmo após uma sequência de ótimos jogos de luta de 2023 para cá, de Tekken 8 até Fatal Fury: City of the Wolves, Street Fighter 6 ainda reina soberano na variedade e, sobretudo, na quantidade de opções, estendendo a mão a absolutamente todo tipo de jogador, sem criar barreiras relacionadas ao nível de habilidade que muitos outros títulos do gênero costumam impor. 

Porrada em qualquer lugar

Poder desfrutar de todos esses modos em qualquer lugar, graças à liberdade que só o Nintendo Switch 2 proporciona, transformou minha experiência. Do instante em que o jogo saiu ao momento em que parei para redigir esta análise, Street Fighter 6 esteve comigo em todos os cômodos do apartamento, nem que fosse para uma partida casual rápida de dois minutos. 

As telas de carregamento, que passam num piscar de olhos, tornam o hábito de jogar Street 6 fora de casa tão natural quanto mexer no celular. A possibilidade de destacar os joy-cons para cair na porrada com um amigo no cooperativo local é transformadora, apesar de o controle limite as ações do jogador, com botões pequenos e pouca ergonomia para executar golpes mais complexos (a não ser que você prefira recorrer ao modo de jogo moderno). 

No Pro Controller do novo console, mais anatômico que sua versão do primeiro Switch, a coisa muda. Os combos no joystick saem com extrema naturalidade, e o Switch 2 responde com desempenho estável em 60 quadros por segundo nos principais modos (com exceção do World Tour, vale reforçar), ostentando a fluidez que um game de luta precisa ter para ser levado a sério.

Gráficos? Temos

Street 6 no Switch 2 não tem a mesma robustez técnica das versões de PS5, Xbox Series e PC, mas chega bem perto. No âmbito dos portáteis, o jogo se mostra, inclusive, superior à versão de PC no Steam Deck, com gráficos mais detalhados e resolução maior, tendo um empurrãozinho bem-vindo do DLSS. 

Num comparativo direto, diria que o game de luta se posiciona entre a geração passada e a atual, embora se aproxime mais da performance do PS5 e Xbox Series X. Mesmo fazendo uso de técnicas de upscaling, há problemas nas sombras e, especialmente, no cabelo de alguns personagens. Em outras palavras, os artefatos visuais comprometem a definição dos contornos, deixando certas composições com um aspecto borrado e esquisito. 

No entanto, essas limitações técnicas, no calor da pancadaria, passam completamente despercebidas e, no fim das contas, acabam sendo só “perfumaria”. O real pretexto para adquirir Street Fighter 6 no Nintendo Switch 2 é um só: cair na porrada franca de qualquer lugar, com rigor técnico de nível competitivo.

Vale a pena?

Street Fighter 6 Years 1-2 Fighters Edition pode muito bem se tornar a versão definitiva para muita gente – e eu me incluo nessa – por permitir que joguemos com uma qualidade digna da atual geração, enquanto aproveitamos as muitas conveniências do Switch 2. Pode não ser o Street 6 mais impressionante visualmente, o que não diminui seu mérito como um port brilhante, mas é o único que nos permite, de forma prática, disputar uma ranqueada rápida durante um almoço em família.

Nota: 90

Pontos positivos (Prós):

Imbatível no volume de conteúdo;Conversão primorosa para o novo híbrido;Multiplayer estável e com cross-play;Soube tirar proveito das conveniências do Switch 2.

Pontos negativos (Contras):

Alguns artefatos e glitches visuais, ainda que pontuais. 

Street Fighter 6 Years 1-2 Fighters Edition foi gentilmente cedido pela Capcom para o propósito de análise no Nintendo Switch 2. 

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