“Estamos fartos do Teams”: estado da Alemanha vai abandonar apps da Microsoft; entenda

O governo de Eslésvico-Holsácia, estado no norte da Alemanha, vai abandonar todos os softwares da Microsoft. Em menos de três meses, todos os servidores públicos da região — incluindo funcionários administrativos, policiais e juízes — passarão a utilizar alternativas de código aberto numa tentativa de restabelecer a chamada soberania digital.

“Estamos fartos do Teams!”, disparou Dirk Schrödter, ministro da Digitalização e membro do conselho federal do estado. Em entrevista à AFP, ele afirmou que a medida tem como principal objetivo restaurar o controle sobre os dados públicos e reduzir a dependência de gigantes da tecnologia estrangeiras.

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A primeira fase da migração afetará cerca de 30 mil servidores públicos, com os demais 30 mil previstos para os próximos anos. As ferramentas Word e Excel serão substituídas por alternativas do LibreOffice, enquanto o Outlook dará lugar ao Open-Xchange para gestão de e-mails.

O governo de Eslésvico-Holsácia, na Alemanha, vai abandonar softwares da Microsoft. (Fonte: Philip Oroni/Unsplash)

Nos próximos anos, até o Windows será aposentado, com a adoção de distribuições Linux nos computadores oficiais.

Uma decisão estratégica

Ao adotar softwares de código aberto, Eslésvico-Holsácia garante maior autonomia técnica: é possível auditar, reparar e adaptar os programas sem depender de terceiros. Apesar das promessas de privacidade feitas pela Microsoft, a centralização dos serviços públicos nas mãos de uma big tech americana é vista como um risco geopolítico e institucional — quase como terceirizar a infraestrutura digital do Estado para outro país.

Além do ganho de soberania, a mudança promete aliviar o bolso: o governo regional prevê uma economia de dezenas de milhões de euros com a nova infraestrutura.

Transição que requer paciência

Trocar ferramentas de produtividade em larga escala exige tempo, treinamento e muita resiliência. O movimento é delicado e pode enfrentar resistência dos servidores, além de obstáculos técnicos — principalmente em interoperabilidade e integração.

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A experiência de Munique serve de alerta: a cidade alemã também adotou o código aberto nos anos 2000, mas voltou atrás em 2017, após dificuldades técnicas e operacionais minaram o projeto.

A Europa parece disposta a enfrentar as big techs — nem que seja a tapas com o Teams. Quer acompanhar mais revoluções digitais como essa? Siga o TecMundo nas redes sociais e fique por dentro dos embates entre governos e gigantes da tecnologia.

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